Simpósio de Pesquisas

II COLÓQUIO INTERNACIONAL / IV SIMPÓSIO DE TEORIA POLÍTICA DO IFCS/UFRJ

TEORIA, DISCURSO E AÇÃO POLÍTICA

Sessão de Abertura
(12 de setembro às 9:30)

Marco Aurélio Santana (Diretor do IFCS-UFRJ)

Liberdade, conflito e ação política
(12 de setembro às 9:45)

Debatedor: Ricardo Silva (UFSC)

Maria Aparecida Abreu (UFRJ) – Retomando o conflito: a democracia republicana

Jean Gabriel C. da Costa (UFSC) – A liberdade trágica em Maquiavel e Nietzsche

Autonomia, desigualdade e política
(12 de setembro às 14:30)

Debatedor: Cesar Kiraly (UFF)

Flávia Biroli (UNB) – Autonomia e preferências na teoria política contemporânea: contribuições do feminismo

Luis Felipe Miguel (UNB) – Paternalismo e antipaternalismo na produção de preferências

Conferência: Quem é o soberano?
(12 de setembro às 17:30)

Rüdiger Voigt (Universidade das Forças Armadas – Munique)

Tempo, liberdade e ação política
(13 de setembro às 9:45)

Debatedor: Pedro Villas Bôas (UNIRIO/UFF)

Ivo Coser (UFRJ) – O conceito de Liberdade em três correntes da Teoria Política

Marcelo G. Jasmin (PUC-Rio) – O futuro como problema para a ação no contexto do fim da hegemonia do cronótopo moderno

Bernardo Ferreira (UERJ) – Exceção e história no pensamento de Carl Schmitt

Justiça e representação política
(13 de setembro às 14:30)

Debatedor: Christian Lynch (IESP-UERJ)

Patrício Tierno (USP) – A justiça na Grécia antiga: gênese de um conceito e de uma reflexão

Cícero Araújo (USP) – Representação política e crise da sociedade democrática

Conferência: Dominação em Max Weber, Jürgen Habermas e Niklas Luhmann
(13 de setembro às 17:30)

Maurizio Bach (Universidade de Passau – Alemanha)

Serão concedidos certificados aos participantes com 75% de presença.

Inscrição gratuita pelo e-mail: nutep@ifcs.ufrj.br

Salão Nobre do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Rio de Janeiro (Largo de São Francisco, 1, Centro)

Organização: Bruno Sciberras de Cravalho, Maria Aparecida Abreu, Pedro Villas Bôas
Apoio técnico: Eduardo de Figueiredo Santos Barbabela e Oliveira, Júlio Dalmaso, Luiz Carlos Ramiro Jr., Marcia Rangel Cândido, Silvana Telles da Silva

III SIMPÓSIO DE TEORIA POLÍTICA DO IFCS-UFRJ

Sessão de Abertura
(17 de novembro às 10:00)

Marco Antônio Gonçalves,
diretor do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais
Bruno Cravalho, coordenador do Núcleo de Estudos em teoria Política (NUTEP-IFCS)

Religião, literatura e sociedade no pensamento brasileiro
(17 de novembro às 10:30)

Coordenação: Cristiba Buarque (UFRJ)

Christian Lynch (UNIRIO/UFF/UGF)
Christiane Jalles (FGV-Rio)
Cesar Kiraly (UFF)

Cultura, Política e Pós-colonialismo
(17 de novembro às 14:00)

Coordenação: Bruno Carvalho (UFRJ)

Cláudio Costa Pinheiro (FGV-Rio)
Jean-François Verán (UFRJ)
Victor Andrade de Melo (UFRJ)

Teoria Política Contemporânea
(18 de novembro às 10:30)

Coordenação: Ivo Coser (UFRJ)

André Duarte (UFPR)
Bethânia Assy (PUC-Rio)
José de Brito Roque (UFRJ)

Lançamento da revista de Estudos políticos
(www.revistaestudospoliticos.com)
(18 de novembro às 14:00)

Coordenação: Cesar Kiraly (UFF)

João Marcelo Maia (FGV-Rio)
Gláucia Villas Boas (UFRJ)
Gabriel Feltran (UFSCAR)

Conferência de encerramento
(18 de novembro às 16:00)

A contribuição de Joaquim Nabuco para o pensamento político brasileiro,
por Marco Aurélio Nogueira (UNESP)

Coquetel de encerramento e lançamento de livros
(18 de novembro às 17:00)

Certificados de participação para quem comparecer a tr~es atividades ou mais atividades do evento.

Inscrição gratuita pelo e-mail: nutep@ifcs.ufrj.br

Salão Nobre do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Rio de Janeiro (Largo de São Francisco, 1, Centro)

Coordenação Acadêmica: Bruno Cravalho, Cristina Buarque, Ivo Coser
Coordenação executiva: Marcelo Rangel
Apoio técnico: Alexsandre Pereira dos Santos Junior, Cristine Costa,
David Cardoso Mary, Fhaiza Andrade Raick, Florença da Pina Araújo,
Kátia regina Gomes da Silva, Leila da Silva Ribeiro, Magno Galdino da Silva, Marcos Gláuber Araújo do Nascimento, Mickrrony Silva Oliveira

Anais do II Simpósio de Teoria Política do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (NUTEP-IFCS)

Rio de Janeiro, de 29 de setembro a 01 de outubro de 2009

Comissão de organização:
Bruno Sciberras de Carvalho
Carlos Eduardo Martins
Cristina Buarque de Hollanda
Ivo Coser

Conferência inaugural (29 de setembro às 17 horas)
O lugar da política nos sistemas filosóficos,
por Paulo Tunhas (Universidade do Porto, Portugal).

A filosofia moderna, pelo menos a partir de Descartes, apresenta-se, implícita ou explicitamente, como um sistema. O lugar da ética e da política no sistema varia de autor para autor, sendo em Kant que podemos descobrir a caracterização mais conveniente aos nossos tempos. Mas será Hobbes que sobretudo nos interessará. Com efeito, o projecto sistemático hobbesiano confere uma particular importância ao momento político. Qual a relação entre política e sistema em Hobbes? Qual a relação entre o sistema de Hobbes e os vários outros sistemas pós-cartesianos? Tais serão as questões que nos ocuparão.

Pensamento Político Brasileiro (30 de setembro às 10:30)

Luiz Eduardo Motta (coordenador) (Ciência Política/UFRJ)
Palestrante: Rubem Barbosa Filho (Ciência Política/UFJF)
Título: Linguagens Políticas e Democracia

A literatura e as artes, no Brasil, têm demonstrado maior capacidade de interpretar o povo do que as ciências sociais. Esta fala buscará recensear os principais movimentos das artes e das ciências sociais desde os tempos de formação da nação até hoje.

Palestrante: Gisele Araújo (Ciências Sociais/UNIRIO)
Título: Pensamento Político na Primeira República

A ação do Estado nas questões econômicas e sociais permanece como tema atual, informando querelas teóricas e disputas político-partidárias. A Primeira República brasileira, espremida entre o centralismo monárquico e a Era Vargas, apresenta-se como caso relevante neste tema, em função de seu liberalismo ajustado à prática oligárquica. No contundente diagnóstico de Oliveira Vianna, tal conjunção resulta da sobreposição da Carta ruiana de 1891 a uma sociologia adversa, fundada no privatismo da autarquia do latifúndio. As instituições descentralizadoras, ao invés de autogoverno, reforçariam, como conseqüência não-intencional, a ausência de espírito público e a proeminência das solidariedades clãnicas baseadas nas relações societais de favor e dependência pessoal.
Uma investigação sobre os projetos de República em disputa autoriza outras hipóteses. Tal como na Alemanha do início do século, conforme a análise weberiana, absenteísmo estatal e plutocracia andam de mãos dadas na Política dos Governadores de Campos Sales: o darwinismo social é programático, e a livre disputa entre os interesses privados locais sustentam o poder central falsamente neutro. Não há, destarte, similitude entre a Monarquia e a República e a Monarquia: se a primeira fazia falar a nação por um princípio autocrático, a segunda se inaugura pelo americanismo, contenda até hoje presente nas clivagens da política nacional.

Palestrante: Gláucia Villas Boas (Sociologia/UFRJ)
Título: A lógica do mandonismo na sociologia de Maria Isaura de Queiroz

Neste trabalho, discuto os argumentos de Maria Isaura Pereira de Querioz em favor de uma “racionalidade” da política brasileira, examinando a noção de tempo, as noções de dom e contradom e o conceito de parentela que a socióloga utiliza. Com o intuito de melhor compreender o pensamento da autora, indico diferenças e semelhanças entre seu trabalho e aquele de cientistas sociais seus contemporâneos, cujo interesse pelo estudo sociológico do poder se destacou nas décadas de 1950 e 1960.

Filosofia política (30 de setembro às 14:00)
Ivo Coser (Ciência Política/UFRJ) (Coordenador)
Palestrante: Cícero Araújo (Ciência Política/USP)
Título: Representação política, sociedade e o papel das ideologias

A ideologia será tratada aqui como um tipo de crença ganha relevância na política moderna por conta do processo de secularização. Embora guarde semelhanças formais com outros tipos de crença – como as religiosas -, não deve ser confundida com elas em vista de sua distinta referência ontológica, o que a torna especialmente apta a alimentar o discurso moderno da representação política. A exposição pretende, enfim, articular os vínculos entre crença, ontologia e política.

Palestrante: Luiz Eduardo Soares (Ciências Sociais/UERJ)
Titulo: Teoria Política: duas ou três coisas que sei dela

A exposição formulará alguns princípios transdisciplinares relevantes para o balizamento das questões políticas decisivas: “Que fazer e como?, no contexto da ausência de uma teleologia e de uma cosmogonia, no qual prevalece o dilema fáustico”. Princípios da: disparidade entre fenômenos sociais e intencionalidade; parcialidade da comunicação; precariedade da aplicação de regras; irredutibilidade e incongruência dos valores; precedência das expectativas; complexidade da representação; insistência da liberdade e da diferença (com suas implicações ético políticas); e regência da inconsistência e da hesitação. No quadro emoldurado por esses princípios, impõe-se examinar modelos alternativos de diálogo e sujeito, assim como de tipos discursivos. Nesse ponto, cumpriria concluir destacando as virtudes das narrativas etnográficas e literárias para o campo do pensamento político”.

Palestrante: César Kiraly (Ciências Sociais/PUC-Rio)
Título: Autenticidade e verdade na teoria das instituições políticas

Comentarei sob o título de Autenticidade e Verdade na teoria das instituições políticas a possibilidade de se falsificar instituições políticas, de modo semelhante ao que constata na falsificação de obras de arte. Abordarei a idéia de falseabilidade contraposta à idéia de falsificação, bem como, os requisitos de afirmação da autenticidade de uma instituição, em oposição a sua inautenticidade. Assim, pelo argumento que apresentarei parece que existe alguma disponibilidade das instituições políticas ao falso, algo que amplia a dimensão de ficcionalidade da vida social, esta falseabilidade deve estar diretamente ligada ao que poderíamos chamar de originalidade política, momento no qual as instituições seriam autênticas e verdadeiras. Contudo, uma instituição política pode ser falsificada, o que não deixa de fazê-la política, mas o que impede algo que parece necessário: a plasticidade da vida política. A falsificação política é plenamente essencialista.

Relações Internacionais (1 de outubro às 10:30)

Charles Pessanha (UFRJ) (Coordenação)
Palestrante: Leandro Lapa (Ciência Política/UCAM)
Título: Crise da Hegemonia Norte-Americana?

Poucos temas têm gerado opiniões tão conflitantes quanto a avaliação da permanência ou decadência da hegemonia internacional dos Estados Unidos ao longo das últimas quatro décadas. Contudo, o poder norte-americano tem se demonstrado tão persistente quanto os prognósticos de sua crise e colapso ao longo desse período. Ainda ostentando, ao final da primeira década do Século XXI, a posição de maior economia mundial e sendo, de longe, a maior potência militar, a posição dos Estados Unidos no sistema internacional parece conservar a mesma centralidade de quarenta anos atrás, quando surgiram as primeiras dúvidas quanto a sua capacidade hegemônica. Nem mesmo o fim da Guerra Fria e do sistema bipolar que fornecia a principal fonte de legitimação da política internacional dos Estados Unidos representou o obstáculo que muitos acreditavam do ponto de vista da reprodução da sua primazia internacional. Contudo, os recentes fracassos no Iraque e no Afeganistão têm colocado em xeque a utilidade do vasto aparato militar estadunidense como instrumento eficaz de política externa. A crise financeira internacional iniciada em 2008 reabriu um outro campo de questionamentos sobre o futuro da sua hegemonia, na antecipação de um sistema econômico internacional pós-dólar e de suas repercussões para o poder internacional dos Estados Unidos. Em suma, os debates acerca do futuro da hegemonia internacional dos Estados Unidos permanecem abertos e tão polêmicos quanto ao longo das últimas quatro décadas, recolocando a nossa questão original: crise da hegemonia norte-americana?

Palestrante: Vanessa Berner (Núcleo de Estudos Internacionais/UFRJ)
Título: Relações Internacionais e Direitos Humanos

O objetivo da fala é situar a questão dos Direitos Humanos no campo de estudos das Relações Internacionais.

Palestrante: Francisco Carlos Teixeira da Silva (História/UFRJ)
Título: A Questão da Integração Latino-Americana

Debate dos diversos projetos de integração regional na América do Sul, suas origens intelectuais e históricas e seus atores políticos.

Cultura e Política (1 de outubro às 14:00)

Helga Gahyva (Sociologia/UFRJ) (Coordenação)
Palestrante: Victor Barros (História/Universidade de Coimbra)
Título: O discurso da celebração cultural do Império: Imaginar Cabo Verde a partir da imagem do Brasil

A representação da imagem do arquipélago de Cabo Verde sempre foi tributária dos discursos postos em destaque pelo poder colonial. Assim, com o presente título, pretendemos inquirir sobre a forma como o discurso colonial salazarista se instalou no arquipélago a partir da década de 1930, a ponto de ser reproduzido pelos próprios colonizados. Contudo, a reprodução deste discurso foi firmada sobre dois pressupostos fundamentais: primeiro, através da apropriação dos postulados de Gilberto Freyre para justificar culturalmente o “lugar” de Cabo Verde no contexto da colonização portuguesa; segundo, através da ideia segundo a qual o Brasil constituía o exemplo de que se poderia servir para se imaginar e representar Cabo Verde.

Palestrante: José Eisenberg (Direito/UFRJ)
Título: Saudades do futuro: cultura e política no Brasil contemporâneo
Saudades do Futuro: cultura e política no Brasil contemporâneo

A palavra saudade frequentemente é interpretada como um conceito “exclusivo” da lingua portuguesa, e a ela é atribuída uma especificidade cultural que já foi objeto de inúmeras reflexões teóricas, em particular em Portugal, aonde o movimento “saudosista” foi um componente central da política e da cultura ao longo de todo o século XX. Participante dos primeiros momentos do movimento lusitano, Fernando Pessoa é o autor da frase “sinto uma imensa saudade de um futuro melhor”, publicada em seus manuscritos políticos e filosóficos. O objetivo desta reflexão é problematizar o sentido do conceito de saudade e da provocativa formulação de Fernando Pessoa. Busco uma interpretação de um aspecto fundamental da cultura e da política no Brasil contemporâneo: a tensão entre um resgate d a tradição para uma permanente refundação de nossos valores compartilhados, e uma recorrente busca por uma ruptura com que aponte o nosso futuro para um modernidade que suplante a tradição.

Palestrante: Karina Kuschnir (Antropologia/UFRJ)
Título: Cultura política: uma discussão acerca das práticas e representações de parlamentares no Rio de Janeiro

O presente trabalho foi desenvolvido como um sub-projeto na linha de pesquisa Política e cotidiano do Laboratório de Antropologia Urbana (LAU/IFCS/UFRJ). O objetivo mais amplo desta pesquisa é compreender práticas e representações acerca da política por parte de diferentes atores sociais em contextos urbanos. Como fim específico, visa investigar, mapear e analisar formas de conexão entre políticos e população, especialmente com foco em Centros Sociais mantidos por parlamentares no Rio de Janeiro. Como questões principais, a pesquisa busca responder quais as repercussões desses Centros Sociais para as representações e ações políticas na sociedade contemporânea. Estamos diante de novas formas de organizar as relações entre políticos, população, instituições e espaço urbano? Que formas são essas e qual a relação entre concepções sociais mais amplas e as categorias em jogo? Como estratégia metodológica, foram realizados levantamentos gerais e estudos de caso etnográficos com grupos políticos específicos. Através de visitas a gabinetes, escritórios políticos e observação etnográfica dos Centros Sociais dos parlamentares foi possível perceber regras e fronteiras que regulam o local, sua posição no bairro, motivações da população para freqüentá-lo e representações sobre política presentes nos discursos de parlamentar, funcionários e usuários. Embora a pesquisa encontre-se em estágio parcial, concluímos que esses Centros mobilizam redes de relações sociais baseadas em trocas fundamentadas em um projeto político que demarca espaços físicos e simbólicos, abrangendo valores e identidades de diversas redes sociais.

América Latina e os Desafios da Globalização (1 de outubro às 17 horas
)

Anna Marina Barbará (UFRJ) (Coordenação)
Palestrante: Theotonio dos Santos (Ciência Política/UFF)
Título: As Ciências Sociais e a América Latina: Desafios para o Século XXI

O autor situa o panorama das ciências sociais contemporâneas, tendo em vista as tendências do capitalismo no século XXI, seus desafios, e a contribuição latino-americana no processo de construção científica global.

Palestrante: Aloisio Alves Filho (Ciência Política/UFRJ)
Título: Rui Mauro Marini: Exílio e Reencontro com a Memória Nacional

O autor analisa a recepção, no Brasil que ressurge da ditadura militar, do pensamento latino-americano desenvolvido nos 1960/70, particularmente no Chile e no México. Desvela as estratégias de poder e enfatiza o caso de Ruy Mauro Marini como emblemático.

Palestrante: Carlos Eduardo Martins (Ciência Política/UFRJ)
Título: Ruy Mauro Marini e a Teoria da Dependência no Mundo Contemporâneo

O autor situa as linhas básicas do pensamento dependentista, destaca no seu interior a contribuição de Ruy Maurto Marini, e analisa sua atualidade no século XXI.